Meus amados irmãos e irmãs, devido
a presença do Santo Padre Francisco no Brasil e por outras questões, me sentir
no dever de escrever sobre esse tema polêmico, porém rico em conteúdo para a
nossa espiritualidade, este texto serve para todos os cristãos católicos ou não
e até mesmo para aqueles que não creem no Cristo ou em Deus.
Falar sobre religião não é fácil, requer além de inspiração divina, também
muito estudo sobre aquilo que estar a ser discutido. A forte imagem do Papa
Francisco tem sido causa de muita inquietude para algumas pessoas, que chegam a
questionar a sua conduta e sua autoridade. Convido a todos a fazermos uma breve
viajem na história e percebemos pela graça do Espírito Santo como é grandiosa a
obra do Redentor que se faz presente pelo mundo inteiro.
Jesus tendo realizado sua missão terrena, ele confia aos seus o seu rebanho com
a finalidade de uma continua missão. Jesus é Deus estando ele no mistério da
Trindade Santa, ele não é um “curandeiro”, “feiticeiro” ou “mágico” e por esse
motivo sua Igreja também não surgiu da noite para o dia, como um passe de
mágica. Todo conteúdo histórico e teológico compõe a tradição que vai ao longo
do tempo deixando sua marcar de forma escrita ou oral. Como sabemos e os
exegetas bíblicos nos apresentam, a Sagrada Escritura não foi escrita
automaticamente na hora dos acontecimentos, mas sendo registrado aos poucos,
conforme a tradição oral lhes ensinava.
O Apostolo Pedro nunca se autodenominou papa, esse foi um termo usado pela
Igreja tempos depois, mais isso não significa que Simão não tenha sido aquele
que estava à frente da comunidade. A palavra papa, vem do grego e é uma
carinhosa forma de chamar papai, o apóstolo foi esse pai para a primeira
comunidade chamada de cristãos podemos perceber a sua autoridade e autonomia no
livro dos Atos dos Apóstolos, ele estava à frente da Igreja e essa missão lhe foi
confiada pelo próprio Cristo. Para compreendermos isso basta apenas abrirmos
nossos corações para a história da cristandade. Eu fico triste quando vejo
algumas Igrejas cristãs tentado jogar por terra tudo aquilo que a Santa Mãe
Igreja construiu ao longo desses quase dois mil anos de história. Vele lembrar
que todas as religiões denominadas cristãs fundadas depois da Reforma
Protestante são filhas e netas da Igreja Católica Apostólica Romana, embora
algumas sejam rebeldes, e não deveriam, pois o que hoje sabemos de Jesus é
graças ao Magistério da Igreja, na missão dos sucessores dos apóstolos.
A igreja enquanto instituição tem membros e muitos deles com determinada
autoridade e esta é passada para outros de acordo com o tempo e a necessidade
pastoral, é nisto que consiste a sucessão dos apóstolos, fazer com que também
outros, levem Cristo a todas as criaturas. E como o Apostolo Pedro foi aquele
que animou e apadrinhou a comunidade, assim também hoje o Bispo de Roma faz
essa ponte da Igreja com Deus, não sendo ele único, mas estando ligado com todo
o colégio episcopal.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:
“No colégio dos
Doze, Simão Pedro ocupa o primeiro lugar. Jesus confiou-lhe uma missão única.
Graças a uma revelação vinda do Pai, Pedro havia confessado: "Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16). Nosso Senhor lhe declara na
ocasião: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as
Portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Cristo,
"Pedra viva"; garante a sua Igreja construída sobre Pedro a vitória
sobre as potências de morte. Pedro, em razão da fé por ele confessada,
permanecerá como a rocha inabalável da Igreja. Terá por missão defender
esta fé de todo desfalecimento e confirmar nela seus irmãos. Jesus confiou a
Pedro uma autoridade específica: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus:
o que ligares na terra será ligado nos Céus, e o que desligares na terra será
desligado nos Céus" (Mt 16,19). O "poder das chaves" designa a
autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Jesus, "o Bom
Pastor" (Jo 10,11), confirmou este encargo depois de sua Ressurreição:
"Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,15-17). O poder de "ligar e
desligar" significa a autoridade para absolver os pecados, pronunciar
juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja. Jesus confiou esta
autoridade à Igreja pelo ministério dos apóstolos e particularmente de Pedro, o
único ao qual confiou explicitamente as chaves do Reino. ” (CIC 552-553)
“Cristo, ao instituir os Doze, "instituiu-os à maneira de colégio ou grupo
estável, ao qual propôs Pedro, escolhido dentre eles." Assim como, por
disposição do Senhor, São Pedro e os outros apóstolos constituem um único
colégio apostólico, de modo semelhante o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e
os Bispos, sucessores dos Apóstolos, estão unidos entre si. Somente Simão, a
quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja.
Entregou-lhe as chaves da mesma, instituiu-o pastor de todo o rebanho. Porém, o
múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi dado ao
colégio dos apóstolos, unido a seu chefe." Este oficio pastoral de Pedro e
dos outros Apóstolos faz parte dos fundamentos da Igreja e é continuado pelos
Bispos sob o primado do Papa. O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro,
"é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos
Bispos, quer da multidão dos fiéis" "Com efeito, o Pontífice Romano,
em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja,
possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre
livremente este seu poder. ” (CIC 880-882)
No dia 13 de março deste ano, após a renúncia do Papa Bento XVI por motivos de
saúde, Francisco, o 266º papa da história, compreendendo que fora eleito para
ser o “Servo dos servos do Senhor”, com humildade e muita coragem recebeu este
novo encargo dizendo de si: “Sou um humilde operário
da vinha do Senhor”
Acredito que antes de qualquer coisa deve sempre existir um estudo sobre o
assunto, as palavras têm poder e quando jogadas ao vento sem fundamentos elas
podem fazer muito mal, principalmente a quem as diz. Que o Senhor Jesus olhe
sempre por todos nós que ele nos ensine a amar cada vez mais e que entre todas
as religiões esteja presente o respeito para a construção do reino de Deus que
é um reino ecumênico de graças e salvação. Que o Senhor esteja sempre com todos
vocês. Assim seja!