Mais
uma vez vivemos a tradicional “Festa da Pedra”, todos os anos milhares de
peregrinos se dirigem a Cidade da Fé para visitar a famosa Pedra de Santo
Antonio, praticar suas devoções e admirar a maravilhosa paisagem que nos
apresenta a Serra do Bodobitá.
Por ocasião
deste evento, resultando de minha visita até o referido local, ano passado escrevi
neste mesmo blog um texto crítico e ao mesmo tempo sugestivo em relação a desordem
da tradicional festa. Como falei em outros momentos esse clássico evento não
tem sido suficientemente valorizado seja pelo poder público, seja pela
população de Fagundes.
Fagundes
é nacionalmente e até mesmo fora do Brasil, conhecida pela Pedra de Santo
Antonio e para nós é um tesouro cultural de reflexo na religiosidade popular
que compõe a história do passado e atual de nossa cidade. Infelizmente nós
filhos da Cidade da fé não sabemos ou não queremos valorizar o quanto merece
essa riqueza que a natureza nos presenteou.
Meu questionamento
ainda permanece em relação a organização desta festa, não somente ao poder público,
mas também em relação a participação ativa da população de Fagundes, é bem
verdade que os atrativos são escassos e para nós que moramos aqui já não há
novidades, mas se realmente queremos um evento de qualidade devemos fazer a
nossa parte. Na visita que fiz a Pedra de Santo Antonio nesse domingo de
peregrinação, pude constatar a ausência dos fagundenses na peregrinação, seja
na visita ou no trabalho.
Existiam
centenas de barracas e vendedores ambulantes por toda parte e me pergunto, onde
estão os nossos comerciantes? Onde estão o artesanato produzido em nossa terra?
Qual é o incentivo a produtividade das associações e cooperativas? São inúmeras
as pessoas que vem de fora comercializar nossa fé e cultura e depois vão embora
e a única coisa que deixam para nós é uma vastidão de lixo espalhados por todos
os cantos. Meus amigos e amigas, precisamos acordar e entender que esse patrimônio
histórico nos pertence, muita gente estava lá para vendar água, artigos
religiosos, lanches e são todos de outros lugares e nós nada oferecemos. Nesse contexto
não deixamos só de ganhar, mas perdemos por não proporcionar motivos para que
nossos visitantes voltem novamente.
Graças
a Deus, esse ano providenciaram um espaço de estacionamento no início do
caminho que vai até a pedra, mas infelizmente esqueceram do percurso ao longo
da cidade e mais uma vez os ônibus e outros carros estacionaram em ruas
centrais e pequenas que acabou ocasionando um tumulto “infernal” onde os
pedestres tinham que disputar espaço com os mais variados transportes, eu mesmo
junto com os amigos tivemos que solicitar ajuda da Polícia para abrir espaço
para a equipe do SAMU poder passar para atender uma ocorrência. Também ouvi dos
proprietários dos Bares e restaurantes do Agreste, reclamações em relação aos ônibus
que estavam estacionados em frente ao seu estabelecimento e assim prejudicaram
as vendas escondendo o espaço.
Outra
coisa que acredito que se vale a pena pensar é sobre a escolha dos Mototaxistas
que irão ser credenciados para o transporte dos romeiros, presenciei viários
realizando manobras arriscadas e em alta velocidade no percurso até a pedra,
colocando em rico a vida de inúmeras pessoas caminham para a pedra sem um
espaço próprio para os transeuntes.
Louvado
seja Deus pela devoção do povo e por não ter ocorrido grandes problemas, mas
continua o alerta, será que nós deixaremos nossa cultura se dissolver simplesmente
por falta de boa vontade? Gostaria de nossos políticos esquecessem as infantis
brigas pessoais e deixassem de lado a politicagem que nada constrói e se unissem
no trabalho do bem comum para nosso povo. Também quero convidar a todos para no
próximo ano sermos os verdadeiros protagonistas desta festa maravilhosa que expressa
tão bem o título de Cidade da Fé que temos.
Deus
nos permita alcançar os sonhos que temos e que nossos projetos por uma sociedade
cada vez melhor sejam realizados com fidelidade nesta terra que amamos. Abraços
fraterno!