Nos últimos
dias presenciamos nas redes sociais a polêmica em torno do “pastor” Agenor
Duque, que tentou ridicularizar a fé católica zombando da Virgem Maria com o título
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, comparando-a com uma garrafa de Coca-Cola.
Meus queridos amigos (as) leitores (as), em primeiro lugar quero chamar a
atenção de vocês para o seguinte fato, qual a necessidade de tentar denigrir a
fé do outro? A fé nos é transmitida pela Igreja, uma experiência pessoal de encontro
espiritual com Deus, com a comunidade e consigo mesmo.
Quando falamos dessas novas seitas,
falamos de grupos desenformados e sem autoridade alguma no quesito de fé, pois
antes de experiência pessoal, fé é a crença transmitida de geração em geração. Confesso
que fico perturbado quando vejo cada um querendo “interpretar” a Palavra de
Deus a seu modo, como se cada um tomasse para si os direitos autorais dos
pensamentos de Deus e somente o indivíduo fosse portador da verdade. Quem é dono da verdade? Ninguém, a verdade não
pertence a um só alguém, pois a verdade é tudo e para todos, a verdade é Jesus.
“Eu sou o caminho, a VERDADE e a vida” (Jo 14,6).
Tenho muitos irmãos de outra fé, em
outras religiões, muitos são honestos e vivem com dignidade sua crença, os
respeito, eles me respeitam e peço a Deus que possamos continuar vivendo fraternalmente
como membros o corpo místico de Cristo, embora sejamos muitos e diferentes, mas
somos membros do mesmo corpo (Rm 12,5). Não temos motivos para vivermos em pé
de guerra, como diz Pe. Zezinho em uma canção: “Buscamos o mesmo Deus amamos o mesmo pai, queremos o mesmo céu,
choramos os mesmos ais...” temos mais em comum do que coisas que nos
divide. Com essa reflexão quero dizer o seguinte, assim como existes irmãos e
irmãos em outras religiões que vivem coerentemente sua fé, também existem
aqueles que usam da religião como um palco para realizar seu espetáculo,
enganar o povo, difundir doutrinas hereges e roupar o dinheiro dos fiéis.
Um verdadeiro pastor, seja ele
católico ou de qualquer outra religião é aquele que cuida das ovelhas, que as
ama, que fala e escuta. Um verdadeiro pastor não enche seus bolsos com o suor
do irmão, não ataca de maneira terrorista a fé do outro, usa suas palavras para
falar de Deus, do seu amor, do seu reino e não para atacar direta ou
indiretamente ninguém. Infelizmente tantas vezes presenciamos falsos pastores,
e assim os chamo por suas atitudes, que ao invés de torna-se construtores do
reio de Deus, são instrumentos do mal como erva daninha na messe do Senhor.
Não somos obrigados a pensar da
mesma maneira, mas o respeito é fundamental para uma boa convivência, antes de
falar mal da religião do outro procure conhecer, estude, medite, busque em Deus
o discernimento necessário para sua fé e para compreender a fé do outro. Os católicos
não adoram Maria, sobre o culto da Santíssima Virgem o Catecismo da Igreja católica
nos diz:
“«Todas as gerações me hão-de proclamar
ditosa» (Lc 1, 48): «a piedade da Igreja para com a santíssima
Virgem pertence à própria natureza do culto cristão». A santíssima Virgem «é
com razão venerada pela Igreja com um culto especial. E, na verdade, a
santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de
"Mãe de Deus", e sob a sua proteção se acolhem os fiéis implorando-a
em todos os perigos e necessidades [...]. Este culto [...], embora inteiramente
singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta por igual ao
Verbo Encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente».
Encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na
oração mariana, como o santo rosário, «resumo de todo o Evangelho. ” (CIC 971)
Por tanto antes de querer ser dono
da verdade e fazer interpretações erronias das Sagras Escritura e da Sagrada
Tradição, devemos conhecer as coisas como são para não falar besteira. Nas palavras
de Santa Isabel a mãe de João Batista podemos resumir nossa fé e devoção para
com Maria: “Você é bendita entre todas as
mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que A MÃE DO
MEU SENHOR venha me visitar?” (Lc 1, 42-43) Maria não é e nunca foi
qualquer uma, ela é a escolhida, merecedora de nosso amor, respeito e devoção,
pois o Todo-poderoso realizou grandes obras em seu favor (Lc 1, 49), não a
louvamos por si mesma, mas por todas as maravilhas de Deus nela manifestada.
Para concluir quero destacar trechos
de duas canções do Pe. Zezinho que diz: “Como
é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus, mais bonito é saber quem
tu és, NÃO ÉS DEUSA, NÃO ÉS MAIS QUE DEUS, mas depois de Jesus, o Senhor neste
mundo ninguém foi maior...” Maria não ocupa o lugar de Deus, pelo contrário,
ela nos traz JESUS que nos leva ao Pai, ninguém nesse mundo conhece e ama mais
o Cristo do que sua mãe, ela como ninguém pode nos levar para perto do
salvador, Maria nos ensina a ouvir e seguir seu filho, “façam o que ele mandar. ” (Jo 2, 5). Dentro do contexto
inter-religioso a outra canção diz: “Respeito
quem não crê como acredito e peço que também os abençoe meu Senhor...” Não
é com imposições e desrespeito que chegaremos a uma só maneira de pensar, não
acredito que a unidade das religiões de maneira especial os cristãos se dará
pela uniformidade de ritos e doutrinas, mas pelo mesmo propósito de amar a
Deus, os irmãos e juntos com nossas diferenças vivermos o céu que acreditamos e
esperamos.
Deus
nos abençoe!