Confesso que mesmo sabendo que estava doente e foi com
essa consciência pedi ajuda aos que estavam próximos de mim, mas receber tal
diagnostico não foi fácil, pela sensibilidade do momento em que eu estava
vivendo qualquer coisa parecia ser o fim do mundo e de fato era o fim do mundo,
como como mencionei anteriormente, cada um sabe onde calo aperta. Nessa experiência
eu descobri o quanto é importante os detalhes, pois as vezes nos acostumamos com
os “sintomas” da vida depressiva e muitas vezes ignoramos os sinais que nosso corpo
emite, assim como é importante prestarmos atenção a nós mesmos, do mesmo modo,
tantas vezes ignoramos os sinais que outras pessoas mostram e as vezes julgamos
como frescura.
Tudo bem que recebi tal diagnostico, mas qual a intenção
de trazer isso a público agora? Não tenho nenhuma intenção de aparecer ou
receber pena, pois o que menos precisamos é de pena, precisamos ser amados e
respeitados, isso vale mais do que qualquer compaixão fingida e forçada, a
minha intenção com essa publicação é explicar um pouco do meu comportamento nesse
tempo, em determinado período me afastei das redes sociais, em três meses perdi
19 quilos (apesar que já recuperei quase tudo kkkkkkk), me afastei de algumas
pessoas propositadamente ou não, deixei de lado muitas atividades, além das
diversas coisas que aconteceram e quem tem certa proximidade comigo sabe ou
notou.
Acredito que muitos não sabiam do que estava acontecendo
comigo, os mais próximos sim, alguns perceberam mas eu não quis me aprofundar
no assunto, outros se perceberam ou ficaram sabendo não comentaram comigo e de
fato há algum tempo não era propicio para isso, hoje graças a Deus e ao
tratamento estou bem melhor e já posso conversar sobre esse assunto com mais
tranquilidade, na maioria do tempo estou tranquilo e acredito que seja efeito da
medicação, tem dias que estou super animado, tem dias que não, mas nada
comparado as fortes crises que passei ano passado. É preciso aprender a
conviver com essa realidade, nos tornamos pessoas muito sensíveis, as vezes uma
palavra dita na maior inocência pode nos causar muito mal e nem sempre os que
dizem conseguem identificar que para um depressivo tudo tem proporções maiores
do que a realidade, não culpo ninguém de nada, o cérebro é um órgão que como
qualquer outro adoece, apenas precisamos de discernimento e paciência para
alcançar a recuperação total e espero que seja em breve.
Como gosto muito de escrever então resolvi fazer um livro
sobre essa minha experiência, OS PENSAMENTOS DE UM DEPRESSIVO – RELATOS DE COMO
VIVI A DEPRESSÃO, como sugere o título será uma narração de como tudo aconteceu
a partir do meu ponto de vista, é uma forma de compartilhar minhas vivências com
a intenção de ajudar também aos que passam pelo mesmo mal, seja na superação
pessoal ou ajudando as pessoas a perceberem que aqueles que estão perto de nós talvez
não estejam bem embora tentem mostrar que estão.
Qual foi a causa? Não sei, teorias e opiniões não me faltam,
mas prefiro pensar que se trata de um problema de saúde como tantos outros, não
é desejo negado, não é falta de fé ou de Deus, mas acredito que tudo na vida
tem um porquê e esse motivo vou descobrir com o tempo, pode ser para fortalecer
minha fé, pode ser para que eu aprenda a valorizar mais as pessoas, pode ser
que seja para que eu encontre a verdadeira motivação de minha vida, enfim, pode
ser por muitos motivos, seja qual for espero encontra-lo e no final de tudo
dizer, eu venci, somos todos capazes de vencer e nesse caso mais que física é
também uma vitória interna, psíquica e espiritual, nesse processo o maior dos
inimigos fui eu mesmo, é um caminho de autoconhecimento e busca pela ascese que
antropologicamente todo ser humano busca desde sempre e para sempre.
Obrigado pela sua atenção e leitura, Deus te abençoe sempre
e quando possível lembre-se de mim em suas orações, do mesmo modo me coloco a
disposição para lhe ouvir quando necessário bem como coloco minhas orações a
sua disposição.
Curitiba,
01 de maio de 2022.
Dia
Internacional dos Trabalhadores.
Festa
de São José operário.
Alison
Aroldo Fablicio da Silva
Fonte da imagem: https://portalmorada.com.br/assets/uploads/posts/um-olhar-sobe-a-depressao-Acpm.jpg
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