quinta-feira, 25 de julho de 2013

O PAPA E O MINISTÉRIO PETRINO

Meus amados irmãos e irmãs, devido a presença do Santo Padre Francisco no Brasil e por outras questões, me sentir no dever de escrever sobre esse tema polêmico, porém rico em conteúdo para a nossa espiritualidade, este texto serve para todos os cristãos católicos ou não e até mesmo para aqueles que não creem no Cristo ou em Deus.
            Falar sobre religião não é fácil, requer além de inspiração divina, também muito estudo sobre aquilo que estar a ser discutido. A forte imagem do Papa Francisco tem sido causa de muita inquietude para algumas pessoas, que chegam a questionar a sua conduta e sua autoridade. Convido a todos a fazermos uma breve viajem na história e percebemos pela graça do Espírito Santo como é grandiosa a obra do Redentor que se faz presente pelo mundo inteiro.
            Jesus tendo realizado sua missão terrena, ele confia aos seus o seu rebanho com a finalidade de uma continua missão. Jesus é Deus estando ele no mistério da Trindade Santa, ele não é um “curandeiro”, “feiticeiro” ou “mágico” e por esse motivo sua Igreja também não surgiu da noite para o dia, como um passe de mágica. Todo conteúdo histórico e teológico compõe a tradição que vai ao longo do tempo deixando sua marcar de forma escrita ou oral. Como sabemos e os exegetas bíblicos nos apresentam, a Sagrada Escritura não foi escrita automaticamente na hora dos acontecimentos, mas sendo registrado aos poucos, conforme a tradição oral lhes ensinava.
            O Apostolo Pedro nunca se autodenominou papa, esse foi um termo usado pela Igreja tempos depois, mais isso não significa que Simão não tenha sido aquele que estava à frente da comunidade. A palavra papa, vem do grego e é uma carinhosa forma de chamar papai, o apóstolo foi esse pai para a primeira comunidade chamada de cristãos podemos perceber a sua autoridade e autonomia no livro dos Atos dos Apóstolos, ele estava à frente da Igreja e essa missão lhe foi confiada pelo próprio Cristo. Para compreendermos isso basta apenas abrirmos nossos corações para a história da cristandade. Eu fico triste quando vejo algumas Igrejas cristãs tentado jogar por terra tudo aquilo que a Santa Mãe Igreja construiu ao longo desses quase dois mil anos de história. Vele lembrar que todas as religiões denominadas cristãs fundadas depois da Reforma Protestante são filhas e netas da Igreja Católica Apostólica Romana, embora algumas sejam rebeldes, e não deveriam, pois o que hoje sabemos de Jesus é graças ao Magistério da Igreja, na missão dos sucessores dos apóstolos.
            A igreja enquanto instituição tem membros e muitos deles com determinada autoridade e esta é passada para outros de acordo com o tempo e a necessidade pastoral, é nisto que consiste a sucessão dos apóstolos, fazer com que também outros, levem Cristo a todas as criaturas. E como o Apostolo Pedro foi aquele que animou e apadrinhou a comunidade, assim também hoje o Bispo de Roma faz essa ponte da Igreja com Deus, não sendo ele único, mas estando ligado com todo o colégio episcopal.
            O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:
No colégio dos Doze, Simão Pedro ocupa o primeiro lugar. Jesus confiou-lhe uma missão única. Graças a uma revelação vinda do Pai, Pedro havia confessado: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16). Nosso Senhor lhe declara na ocasião: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as Portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Cristo, "Pedra viva"; garante a sua Igreja construída sobre Pedro a vitória sobre as potências de morte. Pedro, em razão da fé por ele confessada, permanecerá como a rocha inabalável da Igreja. Terá por missão defender esta fé de todo desfalecimento e confirmar nela seus irmãos. Jesus confiou a Pedro uma autoridade específica: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares na terra será ligado nos Céus, e o que desligares na terra será desligado nos Céus" (Mt 16,19). O "poder das chaves" designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Jesus, "o Bom Pastor" (Jo 10,11), confirmou este encargo depois de sua Ressurreição: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,15-17). O poder de "ligar e desligar" significa a autoridade para absolver os pecados, pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja. Jesus confiou esta autoridade à Igreja pelo ministério dos apóstolos e particularmente de Pedro, o único ao qual confiou explicitamente as chaves do Reino. ” (CIC 552-553)
            “Cristo, ao instituir os Doze, "instituiu-os à maneira de colégio ou grupo estável, ao qual propôs Pedro, escolhido dentre eles." Assim como, por disposição do Senhor, São Pedro e os outros apóstolos constituem um único colégio apostólico, de modo semelhante o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos, estão unidos entre si. Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as chaves da mesma, instituiu-o pastor de todo o rebanho. Porém, o múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi dado ao colégio dos apóstolos, unido a seu chefe." Este oficio pastoral de Pedro e dos outros Apóstolos faz parte dos fundamentos da Igreja e é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa. O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, "é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiéis" "Com efeito, o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder. ” (CIC 880-882)
            No dia 13 de março deste ano, após a renúncia do Papa Bento XVI por motivos de saúde, Francisco, o 266º papa da história, compreendendo que fora eleito para ser o “Servo dos servos do Senhor”, com humildade e muita coragem recebeu este novo encargo dizendo de si: “Sou um humilde operário da vinha do Senhor”
            Acredito que antes de qualquer coisa deve sempre existir um estudo sobre o assunto, as palavras têm poder e quando jogadas ao vento sem fundamentos elas podem fazer muito mal, principalmente a quem as diz. Que o Senhor Jesus olhe sempre por todos nós que ele nos ensine a amar cada vez mais e que entre todas as religiões esteja presente o respeito para a construção do reino de Deus que é um reino ecumênico de graças e salvação. Que o Senhor esteja sempre com todos vocês. Assim seja!

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