segunda-feira, 21 de novembro de 2022

UM POUCO DE EMPATIA SEMPRE NOS FAZ BEM!


Fragmento do TCC de filosofia
A ética nas relações humanas a partir do pensamento de empatia de Edith Stein



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domingo, 20 de novembro de 2022

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO



Jesus é rei...

Seu trono é a manjedoura, 

Sua coroa é de espinhos, 

Seu cetro a Cruz,

Seu manto é vermelho tingido pelo seu sangue,

Ele não tem súditos, tem irmãos.

Sua lei é o amor. 

Viva a Jesus Cristo, rei do universo! 



Fonte da imagem:

sábado, 29 de outubro de 2022

O MEU VOTO E AS ELEIÇÕES


Meus queridos amigos e amigas, mais uma vez somos convidados a comparecer diante das urnas para escolher os nossos representantes, especialmente aquele que assumirá a chefia do Poder Executivo Nacional. Votar para Presidente da República, mais que obrigação deve ser para nós o reconhecimento de um direito constitucional que nos permite integrar ativamente nossa sociedade brasileira. 

Confesso que fico bastante preocupado com a maneira que a política é vista e trabalhada por alguns militantes. De ambos os lados, há uma radicalidade doentia que muito prejudica nosso processo democrático. Ideologias e pontos de vista diferentes sempre existiram e devem existir, isso é positivo para o bom debate. Creio que no sistema republicano democrático, mais importante que convencer o outro, é poder filtrar de nossas ideias o que há de bom e agregar aos pontos positivos do outro que também com discernimento revisou sua ideologia. 

Lamentavelmente temos hoje uma política polarizada que não está preocupada em apresentar projetos de governo, durante todo processo eleitoral vimos apenas a tentativa de desmoralização dos candidatos adversários, existe também a tentativa de instrumentalização partidária de Deus e das instituições religiosas, forte e constantemente se utiliza de informações falsas para confundir os eleitores e prejudicar os adversários. E o Brasil, o que se pensa para nosso país?

  Infelizmente os partidos estão apenas preocupados na manutenção do poder para pequenos grupos ou famílias. O bem comum não tem sido a verdadeira intenção da vida política dos nossos agentes públicos, diante dessa situação podemos dizer que nos encontramos em um mato sem cachorro, politicamente estamos sem boas opções. 

O escritor Uruguaio Eduardo Galeano certa vez disse, que “a liberdade das eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado”, essa é a nossa realidade, qual será sua escolha? Quero pedir com o coração triste, mas ao mesmo tempo esperançoso que você faça sua escolha consciente, sem imposição, sem mentiras, sem instrumentação da religião e sobretudo com respeito, respeito aos candidatos, às instituições, aos que pensam diferente. 

Independentemente de quem seja, Bolsonaro ou Lula, que nos próximos quatro anos sejam de paz, prosperidade, desenvolvimento e fraternidade. Que todos nós possamos viver como verdadeiros irmãos, filhos da mesma Pátria Amada, o Brasil é de todos, partido cada um tem o seu, e assim como o corpo tem muitos membros diferentes e cada um tem sua função e importância para o corpo, assim também somos nós, muitos, diferentes, mas formamos o mesmo Brasil. 

Que o Bom Deus, Senhor da messe e Pastor do rebanho nos abençoe, para que amanhã, dia das eleições, a paz, fraternidade e democracia sejam o verdadeiro lema de nossas ações e vidas.

Boas eleições para todos!



Fonte da imagem: https://jcconcursos.com.br/media/_versions/noticia/eleicoes-urna-tse-agencia-brasil_widelg.jpg

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

O SUICÍDIO NÃO ESCOLHE VOCAÇÃO

 

Vivemos em uma sociedade completamente cheia de afazeres e muitas vezes nos falta tempo para realizarmos tudo o que planejamos ou queremos fazer, do mesmo modo, nos falta tempo para prestarmos atenção nas pessoas que estão próximas de nós, já temos os nossos próprios problemas e se inquietar com os problemas dos outros parece não ser algo tão importante.

            A humanidade vive uma duplicidade de identidade muito forte que é a sensibilidade enquanto carência e a indiferença para as demais situações que nos circunda. É tão certo que somos pessoas carentes que nos apegamos com facilidade a pessoas, objetos e ideologias, muitas vezes não por nos identificarmos com estas coisas, mas como uma forma de preencher um vazio existencial que tortura nosso interior. Somos indiferentes porque ao mesmo tempo que buscamos essas relações, mas as fazemos pensando somente em nossa satisfação e não nos preocupamos com o peso e a carência que o outro também vive.

            Acredito que essa carência e indiferença tem sido causa de muitos diagnósticos de síndromes, transtornos, depressões e ansiedades que diariamente somos notificados de sua existência. Muitas vezes até nos surpreendemos quando alguém nos relata que vive essas experiências, nos surpreendemos pelo fato de que não fomos capazes de ler nas entrelinhas da vida que determinada pessoa estava sofrendo e enfrentando muitas vezes sozinha essa situação.

            Como consequência dessa triste realidade em muitos casos o final é o suicídio e que triste final, embora a morte muitas vezes nos seja indiferente, mas sempre que alguém tira a própria vida a notícia causa certo impacto aos nossos ouvidos, alguns se angustiam com o acontecimento, outros tentam entender a situação, há também aqueles que se colocam como juízes e procuram culpados, mas o que a maioria não admite é que fomos indiferentes a todos os sinais que o suicida nos deu. Sim, tenho certeza de que a pessoa por mais espontânea e aparentemente feliz que estivesse, ela sempre apresenta sinais de que alguma coisa não anda bem. O desejo de suicídio não é uma estratégia para chamar a atenção, somente quem passou ou passa por esse processo sabe que o desejo de morrer ocorre pela falta de perspectiva na vida e que somente morrendo é que poderá acabar com a dor e angústia que sente, cada um sabe onde seu calo aperta, pode até parecer bobagem, mas para quem passa por essas situações sabe o peso desses sentimentos.

            O suicídio não escolhe vocação, não tem idade, gênero, classe social, religião... Nesta semana dois casos me chamaram bastante atenção, primeiro de um padre em Curitiba – PR, e como isso pode soar estranho para nós, como pode um sacerdote, um homem que deveria estar mais próximo de Deus, que tem a missão de animar e salvar as almas cometer tal ato que para muita gente é considerada uma aberração? Esquecemos que o religioso não é anjo, também é um homem com desejos e sentimentos, que chora e se alegra, que trabalha e vive com outras pessoas, que tem seus problemas e talentos. O outro caso ocorreu em Fagundes – PB, minha cidade natal, um pai de família também tirou a própria vida, era casado, tinha vários filhos, certamente tinha sua rotina de trabalho e outras atividades, mas algo também lhe pesava ao ponto de não mais suportar tal fardo.

            Percebemos que o mal não está no estilo de vida, mas penso e até pode ser um pensamento errôneo, essa realidade é algo impregnado na sociedade e na nossa maneira de nos relacionarmos com os outros, não sou do grupo de pessoas que pensam que a depressão e o suicídio sejam causados por um culpado ou trauma, pode até ocorrer, mas não é uma premissa universal, todos estamos sujeitos as doenças e enfermidades, podemos sucumbir com nossas fraquezas e o que vale a pena destacar aqui é que mesmo não sendo portadores do dom da cura, não podemos ser indiferentes ao sofrimentos físicos, espirituais e psíquicos dos outros, não é frescura, não é falta de Deus, é a realidade de nossa fraqueza humana e isso não pode ser considerada uma causa inevitável, diz um ditado popular que a união faz a força e somente unidos, vivendo a fraternidade, compartilhando nossas dores e alegrias, carregando nossas cruzes, mas também sendo um Cireneu para o outro é que atravessarmos o Calvário e chegaremos a glória.

            Os casos de depressão e suicídios aumentam cada vezes mais, não sejamos indiferentes a essas pessoas que precisam de nossa ajuda e muitas vezes gritam em silêncio por uma mão amiga, por um ombro consolador, por um ouvido atento que escute nossas angústias e conosco seja a força para superar os males de uma sociedade que se preocupa com muitas coisas, mas esquece do essencial. Deus nos abençoe sempre!

 

Alison Aroldo Fablicio da Silva

Curitiba- PR, 05 de agosto de 2022.


Fonte da imagem: https://franciscajulia.org.br/o-suicidio-uma-questao-importante-na-saude-publica-mundial/

 

sábado, 14 de maio de 2022

DISCÍPULOS ENVIADOS EM MISSÃO

 


     Para início de conversa quero destacar o significado palavra discípulo, que quer dizer aluno, aprendiz, seguidor, aquele que dá seguimento ao trabalho do seu mestre. Com essas definições podemos pontuar muitas questões para nossa reflexão acerca do nosso discipulado cristão. Como membros da Igreja, Corpo místico de Cristo, nos tornamos instrumentos da ação divina no mundo, somos convidados e impulsionados pelo Espírito Santo a ser verdadeiros continuadores da missão de Jesus que é levar a todos o Evangelho da salvação, ou seja, a Igreja é enviada por Deus a todas a gentes para ser “sacramento universal de salvação (Lumen gentium, 48), por intima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador (Mc 16,15) procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens.”  (Ad Gentes, 1)[1]

            O divino Mestre constantemente nos convida a sermos seus seguidores, “Vem e segue-me”, isso aconteceu com Mateus[2] que deixou a coletoria de impostos para seguir a Jesus, aconteceu com Pedro e André[3] que deixaram o barco e as redes para se tornarem pescadores de homens, aconteceu com as multidões[4] que o seguia em busca de milagres. Cada um a seu modo e de seu jeito se torna seguidor de Jesus, mas uma característica muito interessante do discípulo é ser aquele que dar continuidade ao trabalho do seu mestre, neste sentido o discípulo também é missionário, ele não guarda para si os ensinamentos e experiências vividas, mas trona-se propagador de toda graça que recebeu.

            Contemplando o mistério da anunciação e encarnação de Jesus, encontramos na figura da Virgem Maria um modelo especial de discípula e missionária, certamente Maria tinha seus projetos de vida, mas em determinado momento de sua história ela é surpreendida pelo divino convite de ser a mãe do Salvador[5], diante do chamado de Deus ela responde prontamente que estar disponível como humilde serva para viver a vontade do seu Senhor. Ser discípulo-missionário é também reconhecer que sozinhos não somos nada e por isso nossa vida pertence a Deus e somente a Ele devemos entregar tudo o que somos e temos para que o seu Reino de amor seja construindo aqui e agora, reino esse que viveremos na eternidade, mas que já se antecipa por ação da misericórdia do Senhor.

            A Virgem Maria tendo recebido tão grande graça se coloca a serviço de sua parenta[6] e sua ação missionária transmite também para Isabel e a criança que estava no seu vente o Espírito Santo. Quando assumimos nossa missionariedade também nos tornamos canais do Espírito Santo para tantos irmãos e irmãs que necessitam de nossa ajuda e da graça de Deus. Maria sempre seguiu seu amado Filho, esteve ao seu lado desde seu nascimento até sua Paixão, morte e ressurreição, o verdadeiro discípulo permanece junto a seu mestre mesmo quando as coisas parecem difícil, a confiança em Deus deve sempre nortear nossa caminhada missionária, pois se com Cristo morremos, com ele também ressuscitaremos[7], aquele que perseverar até o fim será salvo[8].

            As vezes pensamos que somente é missionário aquele que deixa tudo e vai para outro país ou regiões viver a missão Ad gentes, como fez São Francisco Xavier, Santo Antônio de Pádua, São José de Anchieta, São Maximiliano Maria Kolbe, Santa Paulina, São João Paulo II, Santa Teresa de Calcutá, Irmã Dorothy, Dom Pedro Casaldáliga, Drª. Zilda Arns e muitos outros que doaram sua vida a serviço dos irmãos e irmãs vivendo a caridade e evangelizando em prol do Reino de Deus. Mas também podemos ser missionários no dia a dia e nas pequenas coisas, podemos e devemos exercer nosso ministério missionário em casa com nossa família, na escola, na universidade, no trabalho, em nossa rua com nossos vizinhos, em todos os lugares que passamos. Santa Teresinha do Menino Jesus foi uma monja carmelita francesa que morreu com apenas vinte e quatro anos de idade, entrou no convento com quinze anos, sempre se dedicou a oração pela Igreja e pelos missionários, anos depois de sua canonização ela foi proclamada padroeira das missões juntamente com o grande missionário São Francisco Xavier, a diferença entre ela e Francisco é que Teresinha nunca foi para a missão no meio do povo, mas fez de sua vida uma missão, aquilo que estava a seu alcance ela entregou totalmente a disposição do projeto de Deus e se sacrificou para que suas orações e penitências pudessem fortalecer a todos os missionários espalhados no mundo inteiro.

            Santa Teresinha tinha um grande ardor missionário, certa vez ela escreveu: “Ah! apesar da minha pequenez, queria iluminar as almas como os profetas, os doutores. Tenho a vocação de apóstolo... Gostaria de correr a terra, propagar teu nome e fincar tua Cruz gloriosa no solo infiel. Ó meu amor, uma missão só não seria suficiente. Gostaria também de pregar o Evangelho nas cinco partes do mundo, até nas mais longínquas ilhas... Queria ser missionária, não só durante alguns anos, mas gostaria que fosse desde a criação do mundo e até o final dos séculos... Mas, sobretudo, meu Bem-Amado Salvador, quero derramar meu sangue para Ti até a última gota...[9], parecia que humanamente esse desejo de Teresinha era impossível, mas ela unida ao Coração de Jesus descobriu que poderia ser missionária nas pequenas coisas, sendo gentil com suas irmãs no convento, fazendo penitência pela santificação dos sacerdotes, rezando por todos os que estavam em missão. Ela descobriu que na vocação de discípulo-missionário estava a necessidade de entrar na escola do Coração de Jesus e aprender com ele que é manso e humilde[10] a sermos imagem e semelhança[11] do Amor, pois Deus é amor[12], compreendendo isso ela escreveu: “Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós quem o destes a mim... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... serei tudo, portanto... desta forma, meu sonho será realizado![13]. Essa é a nossa grande missão, viver o amor, ser presença de Deus na vida de todas as pessoas, seja nas grandes missões ou no cotidiano de nossa realidade.

            Temos muitos exemplos de pessoas que viveram sua missão a partir de sua realidade, mas quero destacar Santo Aníbal Maria Di Francia que dedicou sua vida e seu ministério sacerdotal para cuidar dos pobres e órfãos de sua região, ele não foi a lugares longe, mas encontrou perto de si pessoas que necessitavam de ajuda material e também espiritual, ele se preocupava muito em acudir a todos os famintos, mas também se preocupava com o alimento celestial e por isso viveu o carisma do ROGATE que é suplicar ao Senhor da messe e Pastor do rebanho que envie mais operários e operárias para sua messe[14] e nós hoje somos esses operários/discípulos/missionários que o Senhor continua chamando e enviando para sua messe.

            O discípulo enviado em missão leva aos seus irmãos o amor e a graça de Deus, mas só podemos viver verdadeiramente essa missão se estamos totalmente ligados a aquele que nos enviou, é necessário manter uma relação de intimidade com o Senhor, saber que podemos inclinar nossa cabeça no peito de Jesus[15] e sem medo apresentar nossas dúvidas e limitações bem como colocar a disposição d’Ele os nossos bens e talentos, é acreditar que mais que servos somos amigos do Senhor[16], que não exercermos a missão como obrigatoriedade ou por receio de uma possível punição, mas que o fazemos porque amamos a Deus e aos nossos irmãos e irmãs[17]. Para alimentar essa intimidade espiritual temos muitas possibilidades, entre elas a meditação das Sagradas Escrituras, a Palavra de Deus deve penetrar nosso coração para que nossas ações correspondam a vontade daquele que nos chama e nos envia, também a vivência na comunidade eclesial nos coloca como pertencentes ao Corpo de Cristo, desse modo unidos na comunidade estaremos unidos a Jesus como os ramos estão unidos a videira[18], a experiência sacramental também exprime em nós a presença de Cristo, de modo especial a Eucaristia que nos alimenta nos fortalece para a missão, é na mesa eucarística que podemos reconhecer Jesus como aconteceu com os discípulos de Emaús[19] que após meditarem sobre as Sagradas Escrituras e o partir do pão saíram para anunciar que Jesus ressuscitou. A Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo. Com este Sacramento, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo. Existe estreito vínculo entre as três dimensões da vocação cristã: crer, celebrar e viver o mistério de Jesus Cristo, de tal modo que a existência cristã adquira verdadeiramente forma eucarística. (DA, 251)[20].

            Para encerrar nossa meditação quero voltar a passagem do evangelho que narra o momento em que Pedro e André deixaram o barco e as redes para seguir Jesus, deixo como reflexão para nossos momentos orantes as seguintes questões: 1) Quais são os barcos e redes que preciso deixar para poder verdadeiramente seguir Jesus como discípulo-missionários? 2) Pedro e André tornaram-se pescadores de homens, como eu posso hoje ser também pescador de homens e mulheres para o Reino de Deus? 3) Mesmo não podendo ir a lugares longínquos, como posso lançar as redes em águas mais profundas[21] como fizeram os grandes missionários da Igreja?

            Não tenhamos medo de assumir nossa missão, o mesmo Jesus que nos enviou para pregar o Evangelho a todas as criaturas também prometeu permanecer conosco até o fim dos tempos[22], sigamos com fé a Jesus e sejamos como Ele missionários do Amor, propagadores da Boa Nova. Deus nos abençoe sempre!



[1] Documento do CVII.

[2] Mt 9, 9-13.

[3] Mt 4, 18-22.

[4] Mt 8, 1-13.

[5] Lc 1, 28-38.

[6] Lc 1, 39-45.

[7] Rm 6,8.

[8] Mt 24,13.

[9] História de uma alma – Autobiografia de S. Teresinha.

[10] Mt 11, 28-30.

[11] Gn 1, 26.

[12] 1Jo 4,8.

[13] História de uma alma – Autobiografia de S. Teresinha.

 [14]Mt 9, 35- 38.

[15] Jo 13,25.

[16] Jo 15, 14-15.

[17] Mt 22, 37-39.

[18] Jo 15, 1-17.

[19] Lc 24, 13-25.

[20] Documento de Aparecida.

[21] Lc 5, 1-11.

[22] Mt 28, 16-20.

Fonte da imagem: https://th.bing.com/th/id/R.ae77a048e307d7f8d8cfefb991e17df0?rik=mmaaa%2b8vE2vpdQ&riu=http%3a%2f%2f3.bp.blogspot.com%2f-xuuJ0QJnmNQ%2fUx8BiCFw2dI%2fAAAAAAAABi0%2fvlO2dkp12aQ%2fs1600%2fandr%C3%A9%2c%2c%2c.jpg&ehk=BRjd0xIOzwWY2Mq6DgtbsI03%2fYK2EoW%2bDZjlMsWo0C0%3d&risl=&pid=ImgRaw&r=0 

domingo, 1 de maio de 2022

DEPRESSÃO

 
Tem um ditado popular que diz, “cada um sabe onde o calo aperta”, de fato somente quem sente é capaz de saber a proporção e significação do que sente. Há onze meses eu fui diagnosticado com “Transtorno depressivo ansioso”, um misto de sintomas de depressão e ansiedade ao mesmo tempo e que pelo grau que estava necessitava com urgência de tratamento médico.

            Confesso que mesmo sabendo que estava doente e foi com essa consciência pedi ajuda aos que estavam próximos de mim, mas receber tal diagnostico não foi fácil, pela sensibilidade do momento em que eu estava vivendo qualquer coisa parecia ser o fim do mundo e de fato era o fim do mundo, como como mencionei anteriormente, cada um sabe onde calo aperta. Nessa experiência eu descobri o quanto é importante os detalhes, pois as vezes nos acostumamos com os “sintomas” da vida depressiva e muitas vezes ignoramos os sinais que nosso corpo emite, assim como é importante prestarmos atenção a nós mesmos, do mesmo modo, tantas vezes ignoramos os sinais que outras pessoas mostram e as vezes julgamos como frescura.

            Tudo bem que recebi tal diagnostico, mas qual a intenção de trazer isso a público agora? Não tenho nenhuma intenção de aparecer ou receber pena, pois o que menos precisamos é de pena, precisamos ser amados e respeitados, isso vale mais do que qualquer compaixão fingida e forçada, a minha intenção com essa publicação é explicar um pouco do meu comportamento nesse tempo, em determinado período me afastei das redes sociais, em três meses perdi 19 quilos (apesar que já recuperei quase tudo kkkkkkk), me afastei de algumas pessoas propositadamente ou não, deixei de lado muitas atividades, além das diversas coisas que aconteceram e quem tem certa proximidade comigo sabe ou notou.

            Acredito que muitos não sabiam do que estava acontecendo comigo, os mais próximos sim, alguns perceberam mas eu não quis me aprofundar no assunto, outros se perceberam ou ficaram sabendo não comentaram comigo e de fato há algum tempo não era propicio para isso, hoje graças a Deus e ao tratamento estou bem melhor e já posso conversar sobre esse assunto com mais tranquilidade, na maioria do tempo estou tranquilo e acredito que seja efeito da medicação, tem dias que estou super animado, tem dias que não, mas nada comparado as fortes crises que passei ano passado. É preciso aprender a conviver com essa realidade, nos tornamos pessoas muito sensíveis, as vezes uma palavra dita na maior inocência pode nos causar muito mal e nem sempre os que dizem conseguem identificar que para um depressivo tudo tem proporções maiores do que a realidade, não culpo ninguém de nada, o cérebro é um órgão que como qualquer outro adoece, apenas precisamos de discernimento e paciência para alcançar a recuperação total e espero que seja em breve.

            Como gosto muito de escrever então resolvi fazer um livro sobre essa minha experiência, OS PENSAMENTOS DE UM DEPRESSIVO – RELATOS DE COMO VIVI A DEPRESSÃO, como sugere o título será uma narração de como tudo aconteceu a partir do meu ponto de vista, é uma forma de compartilhar minhas vivências com a intenção de ajudar também aos que passam pelo mesmo mal, seja na superação pessoal ou ajudando as pessoas a perceberem que aqueles que estão perto de nós talvez não estejam bem embora tentem mostrar que estão.

            Qual foi a causa? Não sei, teorias e opiniões não me faltam, mas prefiro pensar que se trata de um problema de saúde como tantos outros, não é desejo negado, não é falta de fé ou de Deus, mas acredito que tudo na vida tem um porquê e esse motivo vou descobrir com o tempo, pode ser para fortalecer minha fé, pode ser para que eu aprenda a valorizar mais as pessoas, pode ser que seja para que eu encontre a verdadeira motivação de minha vida, enfim, pode ser por muitos motivos, seja qual for espero encontra-lo e no final de tudo dizer, eu venci, somos todos capazes de vencer e nesse caso mais que física é também uma vitória interna, psíquica e espiritual, nesse processo o maior dos inimigos fui eu mesmo, é um caminho de autoconhecimento e busca pela ascese que antropologicamente todo ser humano busca desde sempre e para sempre.

            Obrigado pela sua atenção e leitura, Deus te abençoe sempre e quando possível lembre-se de mim em suas orações, do mesmo modo me coloco a disposição para lhe ouvir quando necessário bem como coloco minhas orações a sua disposição.

 

Curitiba, 01 de maio de 2022.

Dia Internacional dos Trabalhadores.

Festa de São José operário.

 

 

Alison Aroldo Fablicio da Silva

 

Fonte da imagem: https://portalmorada.com.br/assets/uploads/posts/um-olhar-sobe-a-depressao-Acpm.jpg

quarta-feira, 30 de março de 2022

FRATERNIDADE E EDUCAÇÃO: “FALA COM SABEDORIA, ENSINA COM AMOR”. (Pr 31, 26)

 A campanha da Fraternidade deste ano de 2022 traz como tema central a Educação como reflexão muito pertinente para toda a sociedade. Partindo da ideia de que educar também é ação divina, pois Deus sempre educou seu povo, nós como Igreja juntamente com todos os setores sociais devemos olhar para educação como algo além da transmissão de conhecimentos, pois como nos fala o lema deste ano, educar é falar com sabedoria e ensinar com amor, ou seja, não se resume a prática de sala de aula, mas abrange todas as questões de nossa vida cotidiana.

            Tomamos como exemplo Jesus que foi um grande pregador e transmissor de conhecimentos, mas que com sua vida também ensinava e educava seus discípulos para serem não somente cidadãos da terra e sim também do céu. Na parábola da mulher adultera[1] percebemos que a educação não se restringe a detenção do conhecimento, mas é preciso levar em conta todas as questões que envolve as diversas situações da vida. Para os fariseus e escribas o importante é saber o que diz a lei, eles tinham esse conhecimento, mas lhes faltava a graça de saber viver tais conhecimentos de tal maneira que fosse possível construir uma fraternidade alicerçada na justiça e na paz.[2]

            Jesus como bom educador não se prende as letras frias da lei que por sinal não estava sendo totalmente cumprida, levam até o  Senhor uma mulher que estava sendo acusa de adultério, mas segundo a lei de Moises o homem que estava com a mulher também deveria ser punido[3] e no entanto somente a mulher estava sendo acusada naquele momento. Muitas vezes o conhecimento é usado apenas em benefício próprio ou para alimentar as nossas conveniências, mas com sua atitude misericordiosa Jesus nos apresenta a pedagogia do amor, em nenhum momento Jesus despreza a lei ou diz que ela não serve, mas traz um novo sentido para essa lei dentro do contexto e realidade no qual estavam inseridos, “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”[4], com essa frase o Mestre faz com que os acusadores reflitam sobre a lei e também sobre suas vidas, por isso o peso da idade e da experiência tem grande destaque quando um a um vão saindo a começar pelos mais velhos.

            Em diversas passagens dos evangelhos encontramos Jesus no Templo ou em outros lugares ensinando ao povo sobre as Sagradas Escrituras e sobre o Reino de Deus, ele cheio do Espírito Santo sempre ensina com amor fugindo de qualquer interpretação cega da Palavra de Deus. A pedagogia de Jesus nos ensina que Educação acontece com diálogo, é um processo de constante troca de conhecimentos e experiências, no caso da mulher adultera Jesus conversa com os fariseus e também com a mulher, do mesmo modo permite que eles falem e se coloca disponível a ouvir. “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Ela respondeu: Ninguém, Senhor” Jesus, então lhe disse: Eu também não te condeno. Vai e de agora em diante, não peques mais”[5]. Com essa atitude Jesus nos apresenta o principal víeis da educação que é conduzir a pessoa pelo caminho certo, não se trata de repressão ou adestramento como cita o texto base da CF 2022, mas de condução da pessoa para fazê-la sair do erro e seguir no caminho da sabedoria.

            Dois pontos muito importantes que devemos destacar no texto da CF 2022, primeiro é a questão de que a educação não está presa a instituição escolar, muitas vezes pensamos que é obrigação da escola/universidade e do professor educar nossas crianças e jovens, mas essa missão é de toda sociedade, as instituições acadêmicas têm grande importância no processo educacional, mas focam principalmente na transmissão do conhecimento. Educação é algo mais amplo, esse ensinamento deve fazer parte de todas as áreas de nossa sociedade, lembremos do velho ditado que diz “educação vem de berço”, ou seja, ela começa em casa na família e deve ser assumida também pela sociedade civil, todos são responsáveis pela educação de todos. Outro ponto que merece destaque é a abordagem que o texto faz em relação as instituições escolares, públicas e privadas, inclusive as de educação religiosa, que devem a partir de suas realidades e condições trabalhar para que o processo educativo seja cada mais amplo com a intenção de humanizar as pessoas e não apenas para uma formação tecnológica e individualista em busca do lucro.

            Dentro dessa perspectiva educacional a vida religiosa consagrada também assume um papel importantíssimo, como operários da messe do Senhor somos seus discípulos e com ele aprendemos a pedagogia do amor. Os diversos problemas de nossa sociedade pós-moderna e pós-pandemia são desafiadores e sem dúvidas a Educação foi um dos setores que mais sofreu com essas realidades, a família, as nossas comunidades e movimentos foram atingidos por um relativismo das coisas que não se preocupa mais em seguir o caminho reto, a educação parece ter se resumido a um simples cronograma letivo e o bem comum deixou de ser mais importante. Dentro dessa realidade “é preciso educar para viver em comunhão. Educar para conceber a democracia como um estado de participação. Educar como ação esperançosa na capacidade de aprender do humano e de estabelecer relações mais fraternas em sociedade e com a natureza”[6], precisamos ser educadores e nos deixar educar, essa conexão com o outro é também a pedagogia do encontro, que ouve, fala, ensina e vive.

FONTE DA IMAGEM: Obras de misericórdia: Suportar com paciência as fraquezas do próximo - Portal Divina Misericórdia (misericordia.org.br) 



[1] Jo 8, 1-11

[2] Texto Base CF2022, p.17.

[3] Dt 22, 22.

[4] Jo 8,7.

[5] Jo 8, 10-11.

[6] Texto Base CF 2022, p. 46.

sábado, 12 de março de 2022

MESTRE, É BOM ESTARMOS AQUI (LC 9,33)

 

Para nós cristãos a espiritualidade tem grande importância pois é um método necessário que nos leva a transcendência, quando estamos juntos de Deus podemos experimentar sua glória que nos enche de luz e nos ajuda no processo de santidade que todo cristão vive durante este peregrinar terrestre que estamos.

            Como cristão devemos manter sempre acessa em nós a chama da confiança na Divina Providência,  Deus é fiel[1] e nunca abandona seus filhos, Ele faz conosco alianças de salvação para que possamos experimentar de sua glória e como peregrinos que somos neste exilio do céu, caminhamos rumo a santidade para vivermos plenamente as coisas do alto[2]. Quando lemos no capítulo 15 do livro do Gênesis a narração da aliança de Deus com Abrão, podemos perceber que é exatamente a confia de Abrão em uma promessa humanamente impossível que agrada o coração do Senhor.

            Vivemos constantemente em processo de conversão, diariamente precisamos nos lançar nos braços de Deus para receber dele a graças necessárias a cada um. Como Abrão, precisamos sair de onde estamos e oferecer a Deus um sacrifício de louvor, não mais de animais, mas da nossa própria vida. Assim como Cristo se ofereceu na cruz para a expiação dos pecados da humanidade, nós nos oferecemos com nossas cruzes diárias para sermos instrumentos do amor divino e pedras vivas na construção do Reino de Deus pregado por Jesus.

            Abrão foi conduzido por Deus para fora de onde estava, a fim de que  ele experimentasse sua glória, o mesmo acontece com Pedro, Tiago e João, quando Jesus os leva para a montanha para orar[3]. Desses episódios podemos tirar grandes ensinamos, primeiro devemos sempre ficarmos atentos ao Senhor que nos chama, Deus chamou Abrão, Jesus chamou os apóstolos. Segundo ponto importante é que muitas vezes precisamos nos deslocar, seja para fora ou para a montanha, nesse sentido não devemos nos prender simplesmente a questão física ou geográfica, mas muitas vezes esse sair significa entrar em nosso interior para que possamos de fato sentir a presença de Deus que habita em nós.

            Subir a montanha significa ficar mais perto de Deus, como vocacionados a santidade estamos sempre subindo esse monte, dia após dia vamos caminhando até o topo para que vejamos o esplendor da glória divina. Na transfiguração de Jesus narrada pelo evangelista Lucas encontramos o prenuncio do que também será nossa transfiguração, pois se com Cristo morremos, também com ele ressuscitaremos[4]  e é nele que encontramos a fundamentação de nossa fé testemunhada pela Lei e pelos Profetas simbolizados em Moisés e Elias[5] que também aparecem junto ao Cristo glorioso no momento de sua transfiguração.

            É interessante que quando Pedro percebe naquele momento de êxtase a glória de Deus, logo se preocupa em querer montar tendas para permanecer ali, “Mestre, é bom estarmos aqui”, caminhar até o alto da montanha e experimentar a graça de Deus não significa que devemos permanecer lá e num ato quase egoísta querer tal graça somente para si, é preciso descer a montanha, sair de nós mesmos e levar também aos outros tal graça. Nós que cremos na comunhão dos santos podemos perceber isso de forma muita clara quando recorremos aos nossos santos de devoção com uma prece de intercessão, eles que já estão na glória e comtemplam a Face Deus, continuam com suas orações descendo a montanha para nos trazer as graças e realizações das promessas divinas. Nós que aqui ainda estamos, devemos também descer nosso monte interior e levar aos irmãos e irmãos, através da caridade e fraternidade a luz do Cristo transfigurado.

            Jesus no alto da cruz ficou totalmente desfigurado, não tinha aparência humana[6], muitas pessoas hoje também estão desfiguradas e sem aparência humana por causa da guerra, da fome, das doenças e tantos outros males que nos tiram a dignidade, também nesses irmãos Jesus continua hoje sendo o servo sofredor, que tantas vezes sucumbe com o peso da cruz e necessita da ajuda de um cireneu. Que com a meditação da Palavra de Deus, nossos momentos orantes e a vivência do que celebramos na Sagrada Liturgia, sejamos alimentados e fortalecidos para cumprir nossa missão de sermos canais da graça de Deus e assim construindo o Reino de Deus poderemos juntos repetir, Mestre, é bom estarmos aqui.

            Deus nos abençoe sempre!



[1] 1Cor 1, 9.

[2] Cl 3, 1-2.

[3] Lc 9, 28-36.

[4] Rm 6, 8.

[5] Prefácio: A transfiguração do Senhor – Missal Romano.

[6] Is 52, 14.

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