segunda-feira, 21 de agosto de 2017

“NÃO É DEUSA, NÃO É MAIS QUE DEUS...”

         Nos últimos dias presenciamos nas redes sociais a polêmica em torno do “pastor” Agenor Duque, que tentou ridicularizar a fé católica zombando da Virgem Maria com o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, comparando-a com uma garrafa de Coca-Cola. Meus queridos amigos (as) leitores (as), em primeiro lugar quero chamar a atenção de vocês para o seguinte fato, qual a necessidade de tentar denigrir a fé do outro? A fé nos é transmitida pela Igreja, uma experiência pessoal de encontro espiritual com Deus, com a comunidade e consigo mesmo.
            Quando falamos dessas novas seitas, falamos de grupos desenformados e sem autoridade alguma no quesito de fé, pois antes de experiência pessoal, fé é a crença transmitida de geração em geração. Confesso que fico perturbado quando vejo cada um querendo “interpretar” a Palavra de Deus a seu modo, como se cada um tomasse para si os direitos autorais dos pensamentos de Deus e somente o indivíduo fosse portador da verdade.  Quem é dono da verdade? Ninguém, a verdade não pertence a um só alguém, pois a verdade é tudo e para todos, a verdade é Jesus. “Eu sou o caminho, a VERDADE e a vida” (Jo 14,6).
            Tenho muitos irmãos de outra fé, em outras religiões, muitos são honestos e vivem com dignidade sua crença, os respeito, eles me respeitam e peço a Deus que possamos continuar vivendo fraternalmente como membros o corpo místico de Cristo, embora sejamos muitos e diferentes, mas somos membros do mesmo corpo (Rm 12,5). Não temos motivos para vivermos em pé de guerra, como diz Pe. Zezinho em uma canção: “Buscamos o mesmo Deus amamos o mesmo pai, queremos o mesmo céu, choramos os mesmos ais...” temos mais em comum do que coisas que nos divide. Com essa reflexão quero dizer o seguinte, assim como existes irmãos e irmãos em outras religiões que vivem coerentemente sua fé, também existem aqueles que usam da religião como um palco para realizar seu espetáculo, enganar o povo, difundir doutrinas hereges e roupar o dinheiro dos fiéis.
            Um verdadeiro pastor, seja ele católico ou de qualquer outra religião é aquele que cuida das ovelhas, que as ama, que fala e escuta. Um verdadeiro pastor não enche seus bolsos com o suor do irmão, não ataca de maneira terrorista a fé do outro, usa suas palavras para falar de Deus, do seu amor, do seu reino e não para atacar direta ou indiretamente ninguém. Infelizmente tantas vezes presenciamos falsos pastores, e assim os chamo por suas atitudes, que ao invés de torna-se construtores do reio de Deus, são instrumentos do mal como erva daninha na messe do Senhor.
            Não somos obrigados a pensar da mesma maneira, mas o respeito é fundamental para uma boa convivência, antes de falar mal da religião do outro procure conhecer, estude, medite, busque em Deus o discernimento necessário para sua fé e para compreender a fé do outro. Os católicos não adoram Maria, sobre o culto da Santíssima Virgem o Catecismo da Igreja católica nos diz:  
“«Todas as gerações me hão-de proclamar ditosa» (Lc 1, 48): «a piedade da Igreja para com a santíssima Virgem pertence à própria natureza do culto cristão». A santíssima Virgem «é com razão venerada pela Igreja com um culto especial. E, na verdade, a santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de "Mãe de Deus", e sob a sua proteção se acolhem os fiéis implorando-a em todos os perigos e necessidades [...]. Este culto [...], embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta por igual ao Verbo Encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente». Encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o santo rosário, «resumo de todo o Evangelho. ” (CIC 971)
            Por tanto antes de querer ser dono da verdade e fazer interpretações erronias das Sagras Escritura e da Sagrada Tradição, devemos conhecer as coisas como são para não falar besteira. Nas palavras de Santa Isabel a mãe de João Batista podemos resumir nossa fé e devoção para com Maria: “Você é bendita entre todas as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que A MÃE DO MEU SENHOR venha me visitar?” (Lc 1, 42-43) Maria não é e nunca foi qualquer uma, ela é a escolhida, merecedora de nosso amor, respeito e devoção, pois o Todo-poderoso realizou grandes obras em seu favor (Lc 1, 49), não a louvamos por si mesma, mas por todas as maravilhas de Deus nela manifestada.
            Para concluir quero destacar trechos de duas canções do Pe. Zezinho que diz: “Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus, mais bonito é saber quem tu és, NÃO ÉS DEUSA, NÃO ÉS MAIS QUE DEUS, mas depois de Jesus, o Senhor neste mundo ninguém foi maior...” Maria não ocupa o lugar de Deus, pelo contrário, ela nos traz JESUS que nos leva ao Pai, ninguém nesse mundo conhece e ama mais o Cristo do que sua mãe, ela como ninguém pode nos levar para perto do salvador, Maria nos ensina a ouvir e seguir seu filho, “façam o que ele mandar. ” (Jo 2, 5). Dentro do contexto inter-religioso a outra canção diz: “Respeito quem não crê como acredito e peço que também os abençoe meu Senhor...” Não é com imposições e desrespeito que chegaremos a uma só maneira de pensar, não acredito que a unidade das religiões de maneira especial os cristãos se dará pela uniformidade de ritos e doutrinas, mas pelo mesmo propósito de amar a Deus, os irmãos e juntos com nossas diferenças vivermos o céu que acreditamos e esperamos.
                Deus nos abençoe!

Vida Religiosa Consagrada: Somos Peregrinos de Esperança no Caminho da Paz

O Dia da Vida Religiosa Consagrada é uma celebração importante para reconhecer e honrar aqueles que dedicam suas vidas a servir a Deus e aos...