terça-feira, 1 de agosto de 2023

AGOSTO: MÊS VOCACIONAL

 


“No Coração da Igreja, minha Mãe, serei tudo, serei o Amor...”

(Santa Teresinha)

 

            Queridos irmãos e irmãs, o Magistério Católico no Brasil nos concede a graça de celebrar com alegria e contemplação as diversas vocações que brotam do Coração da Igreja, Corpo místico de Nosso Senhor Jesus Cristo. Santa Teresinha tendo compreendido esse magnífico mistério desejou assemelhar-se ao próprio Deus, sendo ela mesma, imagem e semelhança do Amor, pois Deus é Amor.[1]

            Neste ano, celebramos o III Ano Vocacional do Brasil, tendo como tema VOCAÇÃO: GRAÇA E MISSÃO  e como lema: “Corações ardentes, pés a caminho”[2]. Iluminados pela passagem bíblica que narra o encontro de Jesus com os discípulos de Emaús, temos a oportunidade de refletir como estamos vivendo a graça e a missão da vocação que Deus nos confia. Assim como aqueles discípulos, muitas vezes estamos desanimados e pensamos em abandonar o projeto iniciado, no entanto, são as noites escuras, embora pareçam assombrosas, que permitem que nossos olhos se abram para reconhecer o Senhor que caminha conosco e faz nosso coração arder.

            Como sustento de nossa vocação, nos alimentamos da Palavra de Deus, da vivência em comunidade e da Santíssima Eucaristia, esses elementos são indispensáveis para qualquer vocação que se realiza na oração e trabalho apostólico, vivendo já aqui o céu que se completará na eternidade. “Somente uma vocação alimentada pela intimidade com o Senhor poderá se tornar uma resposta autêntica à humanidade que vagueia entre tantas incertezas e inseguranças. É o amor experimentado e alimentado pela íntima amizade com Cristo que dará ao chamado a possibilidade de testemunhar com a vida o que seus lábios proferem em discursos e súplicas.”[3]

            É do Coração de Cristo que brota todas as vocações e nesse Coração encontramos a melhor escola para vivermos santamente tal chamado. Nessa santa escola aprendemos a ter um coração manso e humilde, com os mesmos sentimentos do Coração de Jesus[4], aprendendo d’Ele a capacidade de olhar para as multidões de nosso tempo que estão cansadas e abadias por tantos males espirituais, materiais e morais. Tantas pessoas de nossa sociedade, até mesmo familiares e amigos próximos vivem com ovelhas sem pastor, é preciso olhar para elas com o olhar do próprio Jesus, repleto de compaixão, e compreender que a messe é grande, mas infelizmente os operários ainda são poucos.[5]

            Celebrar o mês das vocações é assumir que todos nós somos operários da messe do Senhor, é permitir que a intimidade com Jesus faça nosso coração arder e tendo reconhecido Ele no partir do pão saímos em missão para anunciar a todos os povos a graça do Ressuscitado. Celebrar o mês vocacional é também assumir o compromisso de rezar pelas vocações, cumprindo o mandamento de Jesus de que devemos pedir ao Senhor da messe, para que ele envie mais operários para a sua messe. Compreendendo tal necessidade de obedecer a esse divino mandamento, certa vez Santo Aníbal Maria Di Francia escreveu: “qual é o remédio para a falta de vocações? Nosso Senhor o concedeu: Rogai ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para sua colheita. Portanto, ele está ligado à oração: remédio supremo e inefável. Denominamos este remédio inefável porque tendo indicado e exigido nosso Senhor, não pode falhar. E, se ele acentuou a oração com este objetivo, indica que quer atendê-la, senão não o teria ordenado. É como se tivesse dito: se me pedires operários para a messe, eu vos darei. O que significa também: se não me pedires, não tereis no número e na medida das necessidades.”[6]

            No mês de agosto celebramos vocações específicas, primeiro lembramos dos sacerdotes, São João Maria Vianney dizia que o sacerdote é o amor do Coração de Jesus e de fato o é, pois somente os sacerdotes podem através do Sacramento da Ordem nos trazer Jesus Cristo corpo, sangue, alma e divindade na Eucaristia, pelas mãos e palavras do sacerdote recebemos o perdão dos pecados no sacramento da penitência, é a vida do sacerdote que nos faz ter vida em Deus. Pe. Antônio Maria tem uma canção muito bonita que diz que na comunidade onde mora um padre, o povo vive mais feliz. Rezemos para que o Senhor envie mais vocacionados à vida sacerdotal, sustente aqueles que estão no processo de formação e santifique todos os que já assumiram definitivamente essa vocação.

            Celebramos também a vocação familiar, ser pai e mãe de família é ser colaborador direto na obra da criação, é assumir a missão de constituir um fértil berço de outras vocações. É na família que surgem vocações e se hoje vivemos uma crise de vocação é porque além de nossa falta de oração, também vivemos uma crise familiar. São muitas as forças malignas que querem destruir a família, se não temos casamentos santos, não teremos pais e filhos santos. Infelizmente, hoje estamos rodeados de ideologias que nutrem nossas famílias de ideias que estão longe da vontade de Deus, existe muito ataque a chamada família tradicional, mas não podemos esquecer que a família é uma instituição sagrada, tanto que o próprio Deus se encarnou no seio da Virgem Maria e quis participar de uma família. Rezemos para que as famílias vivam santamente o sacramento do matrimônio, eduquem seus filhos na fé da Igreja e ensinamentos de Jesus, para que do seu seio nasçam pessoas honestas e dedicadas na construção de um mundo mais santo e fraterno que é o Reino de Deus.

            Neste mês também dedicamos uma semana aos religiosos e religiosas, homens e mulheres que buscam configurar-se a Cristo obediente, pobre e casto. Colocando suas vidas a serviço de todos, vivendo em comunidade segundo um determinado carisma que embora seja vivido entre congregados, mas é universal e pertence a toda Igreja. São eles Rogacionistas, Jesuítas, Franciscanos, Beneditinos, Carmelitas e tantas outras Ordens, Congregações e Comunidades de Vida, seja de vida contemplativa ou de vida apostólica, todos buscam entregar-se em total consagração para que o Reino de Deus seja realidade em todos os âmbitos de nossa sociedade, principalmente entre os pobres e marginalizados, fazendo com que todos experimentem o amor de Deus.

            Não podemos esquecer dos leigos e leigas que com sua atuação na comunidade eclesial como catequistas, ministros do canto, da Palavra, da comunhão Eucarística, nos diversos serviços, pastorais e ministérios se doam para manter vivo o Corpo de Cristo que é a Igreja. Além disso, em seus trabalhos, estudos e famílias, também são fiéis testemunhas do ser cristão, levando o nome de Jesus e a fé da Igreja a todos os lugares, a vida dos leigos é o sangue nas veias da Igreja. Rezemos para que o Bom Deus continue suscitando pessoas comprometidas com fé e que através de suas atividades laborais (Políticos, professores, médicos, advogados, agricultores etc.), possam transformar nossa sociedade egoísta e doente em espaços de alegria, partilha e santidade.

            Enfim, além das vocações específicas, somos todos vocacionados à santidade, chamados a viver com os mesmos sentimentos de Jesus, somos vocacionados ao amor. Que o Bom Deus, Senhor da messe e Pastor do rebanho, derrame sobre todos nós as graças necessárias para vivermos com fidelidade o chamado que Ele nos confiou, que nossa vida seja instrumento de paz no mundo que vive em guerra, seja instrumento de amor na sociedade mesquinha e egoísta, seja instrumento e canal de santidade onde o Sagrado é desprezado e esquecido. Vivamos este mês comprometidos em rezar por todas as vocações da Igreja.

ENVIAI, SENHOR, OPERÁRIOS E OPERÁRIAS À VOSSA MESSE.

 

Ir. Alison Aroldo, RCJ



[1] 1Jo 4,8.

[2] Lc 24, 32-33.

[3] Texto base do ano vocacional, 52.

[4] Mt 11, 29.

[5] Mt 9, 35-38.

[6] Antologia Rogacionista.

Fonte da imagem: Agosto, mês vocacional (diocesejoinville.com.br) 

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