domingo, 6 de abril de 2025

1ª ESTAÇÃO: JESUS É CONDENADO A MORTE DE CRUZ

 

“Pilatos procurava libertá-lo. Mas os judeus gritavam: “ Se soltas esse homem não és amigo de Cesar! Todo aquele que se faz rei opõe-se a Cesar!” Ouvindo tais palavras, Pilatos levou Jesus para fora, fê-lo sentar-se no tribunal, no lugar chamado pavimento, em hebraico Gábata. Era dia da preparação da Páscoa, perto da sexta hora. Disse Pilatos aos judeus: “Eis o vosso rei!” Eles gritaram: “À morte! À morte! Crucifica-o!” Disse-lhes Pilatos: “Crucificarei vosso rei?” Os chefes dos sacerdotes responderam: “Não temos outro rei a não ser Cesar!” Então Pilatos o entregou para ser crucificado.” (Jo 19, 12-16).

 

“ (Pilatos) Vendo que nada conseguiria, mas ao contrário, a desordem  aumentava, pegou água e lavando as mãos na presença da multidão, disse: “Estou inocente desse sangue. A responsabilidade é vossa”. ” (Mt 27, 24).

 

            Iniciamos a meditação do sagrado caminho do Calvário que também nos leva até a glória da Ressureição. Injustamente Nosso Senhor Jesus Cristo é sentenciado a uma morte cruel, a mais terrível condenação daqueles dias, Ele foi traído, preso e entregue aos seu algozes acusado de blasfêmia e de autoproclamar-se rei, mas Jesus é de fato o enviado por Deus Pai, é Filho de Deus, o Messias esperado pelas nações, o Cristo que vem salvar nossa humanidade pecadora. Ele é Rei, não dos poderes terrenos, mas de toda autoridade concedida pelo Pai. Tendo-se encarnado no seio virginal de Maria Santíssima, Jesus como ser humano se submete às leis deste mundo, mesmo sendo Deus, deixa-se ser condenado como sinal de obediência ao Projeto Salvífico do Pai, “[...] se possível, afasta de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres [...][1], com Jesus aprendemos a lição da obediência a Deus, mesmo diante das dificuldades, mesmo que a cruz nos pareça inevitável e pesada demais para nossa frágil condição, é preciso aceitar a vontade de Deus, pois o seu divino projeto é maior do que as nossas aspirações.

            Percebemos também Pilatos pressionado pela vontade daqueles que se diziam representantes de Deus, covardemente ele lava suas mãos esquivando-se da culpa de tão grave erro. Também nós às vezes somos influenciados por outras vozes, e ao invés de ouvirmos a Palavra de Deus preferimos seguir o fluxo de certa maioria, muitas vezes não temos coragem de enfrentar o sistema para defender a verdade simplesmente com medo de sermos excluídos de nossas posições sociais e cargos que ocupamos, muitas vezes somos também como os fariseus e pensamos ser “donos de Deus”, portadores exclusivos da voz do Altíssimo, muitas vezes são somente as nossas vontades e não a Palavra de Deus que grita em nossos lábios e ações.

            Essa estação também nos proporciona refletirmos sobre como é nossa relação com os nossos irmãos, vivemos em uma sociedade promotora de indivíduos autossuficientes, pessoas incapazes de ouvir o outro e compreender sua história e limitações, facilmente condenamos os outros como se fossem os piores pecadores do mundo, na primeira oportunidades gritamos “crucifica-o  sem nos importamos com a verdade, tudo isso apenas para satisfazer nossa ilusão de que somos melhores que aqueles que condenamos. Não é incomum também agirmos como Pilatos quando descobrimos que o acusado é inocente, a força que tivemos para condenar não é a mesa mesma para pedir desculpas e reparar nosso erro, preferimos lavar nossas mãos e sermos indiferentes com aqueles que injustamente condenamos, sobretudo, porque mesmo que alguém seja culpado por algo, todos nós temos nossas fragilidades e “aquele que não tiver pecado seja o primeiro a atira-lhe uma pedra[2], o caminho do Calvário é caminho do perdão, Jesus tomou sobre si nossos pecados[3] para nos lavar com seu Sangue precioso, devemos aprender com Ele que até no alto da cruz soube perdoar aqueles que lhe perseguiam[4].

            Oremos pedindo ao Bom Jesus perdão pelas vezes que o condenamos em nossos irmãos e também pelas vezes que pecando somos indiferentes ao seu Santo Sacrifício na cruz, que esses sagrados mistérios transformem nossas vidas para que sejamos pessoas promotoras do perdão e não de condenação. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

 



[1] Mt 26,39.

[2] Jo 8, 7.

[3] Is 53, 4.

[4] Lc 23,34.

Fonte da imagem: Pin em interior design and art 

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