“Já era mais ou menos a hora sexta, e houve treva sobre a terra inteira até à hora nona, tendo desaparecido o sol. O véu do Santuário rasgou-se ao meio e Jesus deu um forte grito: “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito”. Dizendo isso expirou. O centurião, vendo o que havia acontecera, glorificava a Deus dizendo: ‘Realmente, este homem era justo! ’ ” (Lc 23 44-47)
Contemplamos o “fracasso” de Jesus. Aos olhos humanos parece que ele fracassou, que seu fim foi trágico e terrível e que não há mais esperança. Na hora da dor na cruz Jesus grita ao Pai entregando seu espírito. Essa passagem da paixão de nosso Senhor nos ensina a confiar em Deus também nas tribulações, quando a dor da cruz é insuportável devemos entregar a Deus nosso corpo, alma e espírito, e esperar confiantes que Ele virá em nosso auxílio.
Misericórdia Senhor Jesus, por causa de nossas fraquezas morrestes na cruz. Misericórdia pelas vezes que não confiamos no teu divino e infinito amor. Misericórdia por sermos tão pecadores. Clamamos pela tua Misericórdia, mas ao mesmo tempo te agradecemos pelo teu Santo Sacrifício que nos abriu novamente as portas do Céu, pelo teu preciosíssimo Sangue que nos lavou de toda impureza e pela tua Cruz que embora fosse sinal de morte, para nós se tornou sinal de vitória e Ressurreição.
As trevas invadem a terra, essa informação além de característica temporal, tem forte significado. Jesus é a luz de nossa vida, sem Ele nós andamos na escuridão, tendo sido Jesus rejeitado pelo mundo, essa luz nos foi retirada pela morte de cruz e as trevas tomou conta de nossa humanidade. O véu do Santuário rasgado significa a divisão entre o Antigo e Novo Testamento, pelo Sangue de Jesus é selada a nova e eterna Aliança. Precisamos também muitas vezes rasgar os véus do nosso coração, separando o velho homem marcado pelo pecado para a nova pessoa resgatada pela Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Contemplando a morte de Jesus aprendemos sempre que devemos fazer a vontade do Pai, isso porque Jesus não morreu obrigado, embora tenha vivido momentos de agonia no horto das Oliveiras, mas se submeteu a vontade de Deus e na cruz Ele entrega seu espírito nas mãos do Pai, como diz Santa Teresinha: “É preciso abandonar o futuro nas mãos do Bom Deus…”, Ele quis se oferecer em sacrifício (Is 53, 7) e por isso ninguém tomou sua vida, Ele a entregou livremente (Jo 10, 18).
Vendo Jesus morrer na cruz devemos colocar nossa humanidade pecadora também crucificada com Ele, para que morrendo com Cristo, possamos também com Ele ressurgir para a Vida Eterna. Precisamos fazer a experiência do Centurião, que diante do Mistério da Redenção reconheceu que verdadeiramente Jesus é o Filho de Deus. O Coração de Cristo aberto é para nós um convite, devemos entrar nele para mergulharmos no oceano infinito de misericórdia e na fonte da salvação.
Oremos para que pela paixão e morte de Cristo sejamos lavados de nossas culpas e que por esses santos mistérios possamos confiantes em Deus alcançar a glória da ressurreição. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
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